Decorria o ano de 2001 quando vivia em NY, e num desses dias fui ao World Trade Center, logo pela manhã, e desci as escadas rolantes até à sub-cave de uma das torres, que já não existe. Lá em baixo, havia algumas lojas, entre elas, a Banana Republic, uma marca de roupa.
Entrei nesta loja e fui atendida por uma rapariga morena, extremamente simpática. Conversámos um pouco, enquanto experimentava e comprava um top branco. Conversa trivial, talvez. Não me lembro bem. Mas lembro-me que a tinha achado muito simpática, e saí de lá contente, com a conversa, e com o top.
Alguns meses mais tarde, dá-se o 11 de Setembro e a queda das duas principais torres. Desde então, sempre que falam deste dia, ou vejo algo relacionado, não consigo evitar lembrar-me da rapariga da Banana Republic. Estaria lá, na altura do atentado? Terá sido apanhada neste ataque ou era demasiado cedo para lá estar? Se lá estava, terá sido socorrida com vida?
O top já não me serve, pois está largo, mas passado tanto tempo, ainda não o consigo dar. Por isso, guardo-o. Não o uso, mas não o consigo dar.
O motivo pela qual hoje falo deste assunto, é porque vi o filme "Extremamente Alto, Incrivelmente Perto", que se passa em Nova Iorque, e que tem relação a este dia. O filme não é sobre o 11 de Setembro, como já li em muitos comentários, mas sim sobre uma criança especial, que perdeu o pai no "pior dia", como o define, e que acaba por fazer um percurso em busca do pai, mas, no fundo, dela mesma.
Escusado será dizer que chorei que nem uma Madalena, e que a sala fungava em quase uníssono. Saí da sala com um certo peso, e a lembrar-me da rapariga da Banana Republic.
Deixo aqui o trailer do filme, que recomendo, para os interessados em ver. Recomendam-se Kleenexes.