20 de dezembro de 2007

Cofidis


À pouco ligaram-me da Cofidis. Se estaria a precisar de uma "ajuda" e se já era cliente. Curiosamente, a rapariga que me ligou não insistiu (também não devem precisar de clientes), aceitou a minha resposta e desligou. Mas não pude evitar pensar que esta gente é fantástica. Ligam para um número ao calhas na lista telefónica à hora do jantar, e em plena época de consumo, sob o pretexto de ser Natal, oferecem "ajuda" para que as famílias portuguesas, que passam o ano a apertar o cinto, a queixarem-se do governo, e a protestar por isto e aquilo, possam comprar uma PSP para o filho, e um cinema em casa para os próprios, e fiquem a pagar eternamente com juros elevadíssimos. Cada vez mais famílias se encontram endividadas e nenhuma autoridade parece controlar estas empresas de crédito fácil. Será possível que não haja nenhuma legislação que proiba o aproveitamento dos mais necessitados e fracos de espírito? Que não condene estas empresas por mentirem, perseguirem, e colocarem o país ainda em piores lençóis? O próprio El corte ingles, também conhecido por império espanhol, cobra uma módica taxa de juro de 15%!!!!!!! É uma loucura. No entanto, as pessoas não se fazem rogadas. Claro que ninguém lhes aponta uma pistola à cabeça, mas o aproveitamento da desgraça mete-me nojo.
Uma vez no metro ouvi dois senhores a falarem sobre uma destas empresas de crédito fácil por telefone. Acho que era mesmo a Cofidis. Eles falavam de um amigo em comum que usou esses "serviços" e que agora não o largavam e cada vez se afundava mais em dívidas. Um desses senhores disse que ele próprio ligou para lá, em simulação, apenas por curiosidade, porque não queria o crédito, e depois de saber como funcionava, desligou. Desde então, ligavam-lhe constantemente, a insistir e tentar vender-lhe o crédito. O homem já estava farto, mas não havia nada a fazer a não ser mudar o número.
O mesmo se passa com os assediadores (esta palavra existe?) do Chiado. Todos sabemos quem são e o que fazem, e mesmo assim há quem vá em cantigas. A todos... boa sorte e abre a pestana-tana.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por acaso sou colaborador de uma empresa de crédito e tenho a dizer-lhe que este (chamar-lhe-emos)desabafo mal informado acerca da minha profissão me ofendeu profundamente. A menina esqueceu-se de referir os valentes esforços que fazemos para que todos, sem excepção, tenham dinheiro, mesmo aqueles que na sua cama de hospital recebem a nossa atenciosa visita, as crianças nos recreios nunca mais ficarão sem doces!Fomos mais além quando começámos a abordar pensionistas com duvidsas promessas de riqueza, quando nos rimos do banco de portugal quando este afirmou que os portugueses cada vez se endividam mais...
A instituição de crédito foi a dádiva de Deus nosso senhor ao homem moderno, ou melhor, ao homem para ser moderno, pois é devido à sua existência que podemos comprar PSP, PS3 e os jogos Need for Speed Pro Street (esta é a minha resumida lista de natal). Abençoado crédito que tudo permites e nos deixas de cuecas (rotas).
tenho dito