28 de novembro de 2008

Os sem-abrigo



Estou neste momento na estação de comboio do Oriente à espera do meu namorado e enteado, mas antes estacionei o carro no parque e passei por aquele corredor acima do metro e abaixo do piso 0, que dá acesso directo ao Vasco da Gama. Não vinha à estação, muito menos a esta hora, há algum tempo. Não pude ficar indiferente com o que vi no corredor. Um número imenso de sem-abrigos que dormiam, ou se preparavam para tal, fugindo ao frio e à chuva. Na verdade, o corredor só tinha sem-abrigos... E eu, que procurava o acesso aos comboios. É uma realidade escondida, que tantas vezes nos passa ao lado, mas por vezes precisamos de um choque para darmos valor às coisas básicas da vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

O problema, cara amiga, é que *não é* uma realidade escondida; é uma realidade bem à vista de todos. Nós é que optamos por esconder essa realidade de nós mesmos para podermos continuar em deleite no nosso conforto materialista, certamente insípido, e nas nossas vidinhas com problemas "bem sérios". Ao lado de cada marina de luxo, de cada hotel de 5 estrelas, da praia ou do bar da moda, há alguém que passa fome e dorme ao frio e que, por vezes, se contenta com poder partilhar meia-dúzia de palavras revoltadas com alguém que passa e pára.