Já diz a canção dos brasileiros Skank. Eu detesto tabaco, sou completamente contra o acto de fumar, em particular em locais fechados, e normalmente sou bastante extremista nestes assuntos, mas até eu reconheço que a lei é um pouco exagerada, quando proibe que se fume em bares e discotecas. De resto, concordo que não se deva fumar em restaurantes, de todo, nem em aviões ou outros locais do género. Porque se os fumadores têm o "direito" de fumar, eu também tenho o direito de não fumar, de não querer morrer precocemente com cancro nos pulmões graças ao tabaco de outras pessoas. Enquanto o fumador tem a opção de apagar o tabaco para não incomodar os outros, os não-fumadores se deixarem de respirar para evitar o fumo... morrem!
Quantas vezes não fui olhada com desprezo, e por vezes nem apagavam o cigarro, quando o pedia, num restaurante? Mas, é óbvio, também não acho correcto os não-fumadores que abusam, actualmente, do seu "poder". De todo o modo, Portugal não é o país onde a lei sobre tabagismo é mais severa.
E toda esta introdução para quê? Obviamente para falar do ridículo da notícia de ontem, onde o nosso Primeiro-Ministro José Sócrates decidiu dar o exemplo, ou não, fumando a bordo do voo para Caracas, bem como a sua comitiva. Quando o exemplo deve vir de cima, eis que nos deparamos com o grande impulsionador da lei a fugir à lei. E por ser PM (e Ministro Manuel Pinho) poderá ser perdoado? Provavelmente será, porque é o PM e porque pediu desculpas, afirmando que iria deixar de fumar (com a ajuda do Diogo Infante?). Mas não devia. Infelizmente, ainda vivemos num país onde se tem imunidade para tudo e mais alguma coisa, desde que se tenha um cargo poderoso (e não apenas político). José Sócrates deveria pagar uma multa, tal como qualquer outro cidadão, pois a lei também se aplica a ele, e deveria pagar os €750 (valor máximo), como exemplo.
Cá estaremos para ver o que (não) acontece...
Infelizmente não é só no Governo e na política que os líderes, que deveriam ser os primeiros a seguir o ditado "practice what you preach", não o fazem. É nas famílias, nas empresas, no dia-a-dia. Assim sendo, é impossível terem moral para exigirem seja o que for das outras pessoas. Como me disse o meu tio quando o vi fumar à minha frente "Faz o que eu digo. Não faças o que eu faço. Não fumes".
Sem comentários:
Enviar um comentário