5 de novembro de 2007

A minha avó

A minha avó é, no mínimo, original. É uma senhora de 89 anos, que sempre gostou da sua pinguinha. Talvez por isso ainda esteja rija, fora o empenamento da anca e perna. A verdade é que o alcoól ajuda a conservar o corpo e... mata-o-bicho.
Ontem foi jantar a minha casa juntamente com os meus pais. Como eu não bebo alcoól, tinha ainda um resto de vinho, de um outro jantar que tinha oferecido em minha casa durante a semana, que viu o fim da sua existência repartida pelo copo da minha mãe e avó. Os copos que estavam na mesa para o vinho, eram uns da Bodum que são, de facto, bastante leves. A minha avó levou o copo à boa, bebeu de um trago o vinho e sai-se com um "Estes copos são muito leves" (aquele não era o primeiro, nem o único, copo de vinho da refeição). Mas o melhor ainda estava para vir. Eu ainda tinha amarguinha do mesmo jantar da semana, e tinha-a informado disso. Quando terminamos o jantar e levava as coisas para a cozinha, e colocava algumas no frigorífico, olhei para a garrafa e lembrei-me e perguntei se queria. A respostas foi óbvia. Então num copo (mais) pesado, servi-lhe a amêndoa amarga ate quase meio do recepiente. Mais uma vez, toca de abrir a goela e cá vai disto. Mesmo assim, parece que conseguiu degustar, pois não parava de dizer o quão boa era.
Com esta magnífica junção de vinho, amarguinha, e uma canadiana, lá desceram para o carro. E aqui é que tudo se revela. Conhecem a expressão "In vino, veritas"? E conhecem aquela reação que os bêbados têm quando se agarram aos amigos, e estranhos, a dizerem que gostam imenso deles e que eles são os seus melhores amigos, etc? Pois, não chamando bêbeda à minha avó, foi essa a reacção que a minha avó teve. Primeiro comigo, dizendo que eu tinha uma casa muito limpinha, e que desejava muitas felicidades, etc, e depois com o meu pai. Às tantas, eu e a minha mãe só nos ríamos. Não foram caipirinhas que a minha avó bebeu, mas o efeito foi idêntico lol

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