23 de novembro de 2007

O Cozinheiro e a SIDA


Não sei se estão ao corrente de um caso que se passou em Portugal, que consiste num cozinheiro de cozinha, portador do vírus HIV, activo, ter sido despedido do restaurante do hotel onde trabalhava. Se não me engano, apelou, mas o tribunal deu razão ao hotel. Eu devo dizer com toda a honestidade que concordo com o hotel. Sabemos perfeitamente que há muitas pessoas infectadas que já sofrem na pele o suficiente com a descriminação, na vida social e no trabalho, embora muitas vezes em nada o afecte. Mas neste caso específico, em que a profissão implica o uso de utensílios afiados e cortantes, que poderão, eventualmente cortar um dia o cozinheiro, acho que é perfeitamente compreensível que o senhor tenha sido demitido, e não vejo aqui nenhum caso de discriminação por parte do hotel.

Sejamos honestos: quantos de nós se sentiria à vontade para comer no referido restaurante? Eu não. Afinal, a SIDA pode ser transmitida através do sangue. Mesmo que seco, segundo o site http://www.sida.pt/ Imaginemos que o cozinheiro se corta. Jão não é algo muito positivo, mas só o seu corte não implica a contaminação. É necessário que o sangue entre em contacto com outro sangue, se não estou errada. E isto pode acontecer. Os garfos são aguçados, e mesmo sabendo que não se deve lamber as facas, eu própria, que já não sou nenhuma criança, se me está a saber bem a refeição, e tem molhinho, sou bem capaz de o fazer. Mas mesmo sem ser através de sangue, o vírus também se transmite através da saliva e do suor ou lágrimas, formas que estão, indiscutivelmente ligadas com a profissão de cozinheiro.
Este caso está a dar muito que falar. Muita contestação. Muitas são as vozes que se erguem contra esta fobia. Mas... não querendo ser mázinha, sendo... gostaria de saber se essas pessoas se sentiriam à vontade para comer uma refeição preparada por esse senhor. Claro que também são muitos os que criticam outros factores do caso, como o caso de, tal como refere o Público, "No acórdão lê-se que a defesa alegou que o trabalhador “embora seja portador de HIV, apresenta uma carga viral indetectável o que torna praticamente impossível o risco de contágio”. Mesmo assim, eu não me sentiria confortável no restaurante do hotel, e se fosse a responsável pelo mesmo, creio que tomaria a mesma atitude, condenável por uns, aceitável por outros. Pode ser tacanhice, pode ser até fobia, mas apesar de "Vários médicos contactados pelo PÚBLICO consideraram os argumentos cientificamente incorrectos e o risco de transmissão remoto", prefiro jogar pelo seguro.

1 comentário:

Anónimo disse...

É de lamentar este post, porque na verdade a Sida nao se transmite por suor, saliva ou lágrimas, somente por sangue e fluidos libertados nas relações sexuais.
E, acho que um cozinheiro, no sei perfeito juízo, já para não falar na formação que certemante tem de segurança alimentar, não deixaria ir para a mesa de algum cliente comida com sangue ou continuaria a utilizar um utensílio sujo de sangue e se isto acontecesse, devemos lembrar que um vírus, "ao ar livre", não tem uma vida muito longa, por isto, o tal cozinheiro que foi despedido, somente sofreu de uma grande discrinminação !
Infelizmente os portugueses ainda sofrem de uma grande falta de informção acerca deste assunto e depois vêem-se publicadas coisas como estas que não transmite a verdadeira realidade sobre a doença.
Existem muitos sites na web que clarificam os métodos de contágio da Sida.