17 de dezembro de 2007

Onde anda o respeito?

Quando vinha do trabalho (agora vou e venho a pé todos os dias), pasei por uma cabine de telefónica onde estava uma senhora "grande", chamemos-lhe assim, e uma criança de talvez 5 anos, igualmente "grande" que puxava a camisola da, suponho que mãe, dizia: "'Tou aflita. 'Tou aflita, porca!" Eu nem queria acreditar. Uma pirralha daquelas, não tinha mais de cinco anos, a tratar a mãe por "porca". Nem eu nos meus piores dias de adolescente chamei a minha mãe de porca. Mas verdade seja dita, a "porca" pouco ligou.
Eu fiquei tão em estado de choque que acho que não resisti a fazer uma das minhas famosas caras de espanto, de olhos esbugalhados, pois passado um bocado (não foi imediatamente) oiço uma voz masculina a dizer para a leitão, perdão, criancinha, parar "imediatamente com isso". Algo que me diz que essa advertência caiu em saco roto. Agora pergunto-me: se com aquela idade já não tem qualquer respeito pelos pais, como será quando crescer? Respeitará os mais velhos? As pessoas em geral? E respeita os professores?
Será culpa dos pais? Talvez. Sou de opinião que nos dias de hoje os pais são tão protectores dos seus rebentos (de soja) que acabam por não os educar nem preparar para a vida. Se batem nos professores, é ver os papás a irem à escola ameaçar, ou mesmo igualmente bater, nos profs. Mas também é provável que estes casos sejam excepção e aconteçam apenas nas camadas mais baixas da sociedade. Esperemos que seja, sim, excepção à regra.
Não deveremos igualmente esquecer que nós, adultos, damos o exemplo às crianças e que elas repetem tudo o que dizemos e fazemos. Sendo assim, podemos apenas imaginar o ambiente familiar daquele leitãozinho. Perdão. Criança.

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