9 de junho de 2009

A educação - antes e depois

Recebi há dias este cartoon que, na minha opinião, reflecte perfeitamente a educação, escolar e parental, do nosso tempo e dos dias de hoje.

Eu não era viva em 1969, mas obviamente que se trouxesse notas insuficientes para casa, teria que me esforçar para melhorar. Tinha consciência que isso era importante para mim, em primeiro lugar, e que, de certa forma, devia isso aos meus pais, pelo esforço que faziam em me darem a melhor educação possível, quer em casa, quer na escola.

O cartoon de 1969 mostra uma professora autoritária e talvez mesmo prepotente, tendo do seu lado os pais. Claro que também não é o ideal.

Eu apanhei réguadas e puxões de orelhas na primária, apesar de ser uma paz de alma. Os meus pais desaprovavam esse comportamento por parte da professora, e falaram com ela, se não me falha a memória. Mas não foi à minha frente nem de forma a retirar autoridade ou humilhar a professora. Apesar disso, eu e a minha turma gostavamos dela, ou não teríamos decorado a colher de pau que substituiu a régua que se havia partido ao bater na mão do meu colega.

No quinto ano andava numa escola privada da Parede - Bafureira - onde havia uma professora de matemática com quase 2 metros de altura - ou assim nos parecia - que parecia um homem, e que nos aterrorizava, dando-nos estalos na cara se não acertavamos nos exercícios. Berrava que eu sei lá. No entanto tinha um micro-cão, com lacinho vermelho no topo da cabeça, que de vez em quando levava para a sala e fazia cócó no chão. 

Um dia, para azar o dela, e meu, fui chamada ao quadro para resolver um exercício. Acho que me chamou a mim porque tentei esconder-me ao máximo. O exercício era fácil, mas com o terror paralisei. Ela berrou e eu encolhi-me. A medo escrevi qualquer coisa... Errada. Resultado: Uma bela bofetada na cara e mandou-me para o lugar. Aí os meus pais subiram paredes. Foram à escola, falaram com a directora e fizeram queixa dela. Até hoje sou uma nódoa a matemática.

Fora isto, nunca houve incidentes, se bem que eu sempre respeitei os meus professores, mas nunca fui uma aluna brilhante. Era mediana. Às vezes tinha um rasgo de inteligência e era média alta. Sempre fui mais prática do que académica.

Hoje em dia, o que noto, é que há falta de respeito dos pais e dos filhos pelos professores. A hierárquia e o respeito desapareceu. Será pela pressão que os pais sofreram na escola em míudos? A educação de uma pessoa é feita, principalmente, em casa, mas a escola é também fundamental, e não educa só as crianças ensinando-lhes que 2+2=4, mas também valores.

Se entre um casal, um pai diz sim ao filho, e o outro diz não, à frente da criança, está a desautorizar o outro, e o filho deixa de respeitar o que foi desautorizado. Na minha opinião há uma protecção excessiva dos pais para com os filhos nos dias de hoje, talvez porque os pais trabalham muito e não conseguem passar muito tempo com os filhos. Quando os pais humilham os professores, quer seja à frenta ou não dos filhos, a criança nunca irá respeitar o professor e, pior, irá humilhá-lo à frente dos colegas.

Por isso, para mim, o problema não está tanto nos professores, mas nos pais. Um caso a avaliar.



1 comentário:

Fátima disse...

Claro! Mas em 2009 são raras as salas de aula que posicionam a secretária do Professor no estrado que os alunos tinham de subir para chegar a quem os educava. Nas famílias também não há esse patamar. Hoje as mães querem ser as melhores amigas das filhas... dizem os entendidos que está completamente errado! E depois eu é que sou E.T.?! Fátima