17 de janeiro de 2010

Gruta Velha

Ontem, depois de ter ido à BTL, que achei muito diferente desde a última vez que lá tinha ido, fui jantar com uma amiga a um restaurante sugerido por um casal amigo com quem tinha passado a tarde.

O restaurante em questão chama-se "Gruta Velha" e fica localizado no Largo de Camões, em Lisboa (mais precisamente na Rua da Horta Seca). É um restaurante francês que fica mesmo ao lado do Ministério da Economia.

Pode não parecer, mas é bastante grande, com umas 3 salas. Quando chegamos havia pouca gente, mas não tardou a encher.

A decoração é giríssima e quente. Mantiveram o chão e azulejos antigos, básicos, e acrescentaram muitos quadros pequenos. A ementa encontra-se escrita a giz num quadro que nos é dado. Mas se as poucas refeições que conhecem francesas são escargot, magre e pouco mais (tal como eu), o melhor é terem um amigo que conheça bem aquela cultura, como era o meu caso, ou então será aconselhável chamarem a empregada para decifrar.


Não comemos couvert (aqui está outra palavra francesa que conheço) e, para meu azar que não bebo álcool, tive que me ficar por uma água porque não havia sumo de laranja natural, nem limonada. Havia sumos Compal. Pedi o de maçã, que me disseram haver. Voltaram de seguida para me informar que afinal não tinham.

A minha amiga pediu um caril de gambas, aconselhado pelo nosso casal amigo como sendo um prato óptimo, e eu acabei por escolher um Emine (ou algo do género) de Poulet (ou seja, peitinho de frango grelhado com legumes) com leite de coco, pois a minha primeira escolha também não havia (apesar de não estar indicado).

Ambos os pratos estavam deliciosos! Os pratos tinham uma excelente apresentação e a refeição era mais que suficiente.

Pedi sobremesa. Trouxeram a "lista" e, pela terceira vez (!) pedi algo que já não havia. Aí, não aguentei e comecei a barafustar! Se não há, tirem da lista! Façam uma cruz ou, como ainda por cima estava escrito a giz num quadro, bastava passar com o dedo! O problema é que as empregadas só sabiam que não havia quando chegavam à cozinha e faziam o pedido. Não havia comunicação!

Pedi um crème brûlée (parecido mas, de todo, não é igual ao nosso leite creme, ao contrário do que alguns pensam) com banana e lima. Foi queimado na altura, mas a parte de baixo estava fria, pois havia sido tirado do frigorífico.

Para terminar, pedi ainda um chá verde.

Acabámos por pedir a conta que veio num talãozinho de máquina registadora, tipo mercearia. Vinha lá o couvert, que custava €7, e tivemos que pedir para tirarem pois não havíamos comido. Pedimos também uma factura. Aguardamos um bocado para que viessem buscar os cartões, mas como tal não acontecia, levantámo-nos e fomos pagar directamente ao balcão. Factura? Nada. Pedi segunda vez. Lá foram buscar o bloco a uma gaveta rebuscada e fizeram-me a factura.

Veredicto final: Comida e ambiente óptimo, mas o serviço devia ser mais cuidado. Preço médio dos pratos ronda os €15. Não gostei também de não darem a conta como se estivesse na mercearia da esquina. Ainda mais estando ao lado do Ministério de Economia! É que este tipo de restaurantes, que estão em locais privilegiados, e constantemente cheios, facturam bastante. Claro que metem ao bolso directo porque não passam facturas e desconto muito menos, prejudicando a economia do país. Confesso que este tipo de coisas me chateia. Ainda mais à minha amiga que tem um restaurante (Francesca) e que segue todas as leis e regras à risca. Naturalmente, quando vê o sinal de não fumadores quase inexistente, locais destes que simplesmente não passam factura, etc., deixam-na revoltada. E com razão!

Por este motivo, senão pelo facto de TODOS os estabelecimentos comerciais serem obrigados a passar facturas (até mesmo os super e hipermercados, mesmo que os que estão atrás nas bichas façam cara feia) e assim ajudar a economia do país, peçam factura!

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