O regime chinês, de opressão, censura, pobreza e exploração, é conhecido em todo o mundo, bem como a violência exercida sobre monges (sim, monges) no caso de Tibete. Os confrontos entre os militares chineses e os monges tibetanos não poderiam ter surgido em "melhor" altura: início do transporte da chama olímpica até Pequim.
Desde o início do processo de escolha do país que iria receber os jogos olímpicos 2008, que a escolha da China esteve envolta em polémica, especialmente devido aos direitos humanos (ou mais precisamente, falta destes) no país.
Ao longo destas últimas semanas, temos assistido a incríveis manifestações por parte de apoiantes de tibetanos em Londres, seguindo-se Paris e São Francisco. Os protestos reflectiram-se no apagar da chama olímpica. Em Paris, a chama chegou mesmo a estar apagada 20 minutos. Aos franceses, aqui fica a minha vénia.
Sua Santidade, o Dalai Lama, pede para que terminem os protestos, e que não quer a independência do Tibete (talvez se esta resultar em violência). Na verdade, chegou mesmo a ameaçar deixar a lidernça (espiritual) dos tibetanos, caso estes casos não terminem. Não parece ter feito grande diferença, pois as manifestações continuam um pouco por todo o lado. Será porque a China acusa o Dalai Lama, mesmo após estas mensagens, de ser o incentivador de confrontos, de violência, de querer a independência do Tibete e de estar por detrás de todos os protestos? Talvez. Por muito que goste, admire e repeite o Dalai Lama, também eu tenho vontade de ir contra os seus desejos e protestar contra a China. As afirmações do seu representante enchem-me de raiva. Admito. Dá-me vontade de trespassar o televisor e dar dois pares de estalos no homem a ver se ele deixa de mentir descaradamente e aprende a usar o cérebro.
Entretanto, o Comité Olímpico condena viamente estes protestos e retenções da chama, por ser um evento internacional, que em nada deve ser misturado com política. Não posso dizer que concorde totalmente, pois quando a escolha do país que vai receber os jogos é um país conhecido pela inexistência do respeito dos direitos humanos, recheado de censura e limites, não podiam esperar outra coisa.
Para finalizar, chegou-se a falar em boicote aos jogos. A maioria dos países não apoia o boicote, mas se não estou errada, França boicota. Sou a favor que mais países deviam boicotar, em protesto à China. Mas por razões políticas, de tamanho e poder, tudo vai se passar como se fosse na Suíça. Se quem nos representa não toma uma posição, como irá o mundo mudar?
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