15 de janeiro de 2009

Martin Luther King Jr. e o Cardeal Patriarca de Lisboa


Se fosse vivo, hoje Martin Luther King Jr., autor do emblemático discurso "I have a dream", que podem ouvir e ver na íntegra neste post, completaria 80 anos. No entanto, apesar do fim trágico deste activista e defensor dos direitos civis, pois, como infelizmente se sabe, Nóbeis da Paz são sempre pessoas incómodas, foi assassinado, mas as suas palavras imortalizadas, passando de geração em geração, de raça em raça.

King era pastor Cristão. O Cardeal Patriarca de Lisboa também é Cristão, mas as suas palavras recentes afastam-se das de King. O Cardeal avisou as moças casadoiras sobre o "perigo" de se casarem com homens muçulmanos. Como seria de esperar, a comunidade muçulmana ficou incrédula, perante tal aviso. Por um lado consigo "compreender" as palavras do Cardeal, mas uma pessoa com o seu cargo na Igreja Cristã e Católica Portuguesa não pode proferir tais palavras. Nem todos os muçulmanos são radicais. Nem todos os muçulmanos são extremistas. Nem todos os muçulmanos são talibãs. E não podemos, de forma alguma, confundir muçulmanos com árabes. É verdade que a mudança, e adaptação à religião muçulmana pode chocar de início, mas se conscientemente se estudar, conhecer e interpretar correctamente o al-corão, é possível que essas mulheres sejam felizes. Têm, no entanto, de ter prefeita consciência das diferenças das duas religiões.

Eu própria namorei um muçulmano, e sou católica. No entanto, este em particular não era fanático, nem nada que se parecesse. Nunca o vi rezar virado para Meca. Nem uma nem cinco vezes, como fazem os mais rigorosos por dia. Mas é verdade que muita gente, amigas em particular, me contavam sobre casos de não-muçulmanas que se casavam com muçulmanos, que eram pais e maridos fabulosos na Europa e EUA, mas quando voltavam para a sua terra Natal, tudo mudava. Infelizmente estes casos acontecem, mas serão estes casos a regra? E o Cardeal tem de passar uma imagem de paz, harmonia e boa vivência entre os povos e diversas religiões, e não fumentar a imagem, infelizmente, muito negativa que se criou dos muçulmanos após o 11 de Setembro.

Recomendo ao Cardeal ouvir músicas de John Lennon e escutar com atenção as palavras de Luther King. A propósito... Como reagiria ele perante esta situação?

1 comentário:

Unknown disse...

Minha cara conterrânea, leia as últimas edições do EXPRESSO e perceba o real alcance das palavras do meu homónino. Saudações tavirenses!