Ontem fui à festa de Natal dos meus sobrinhos na escola deles. Primeiro a da minha sobrinha, mais pequenina, com os pequeninos a cantarem o hino nacional, o hino da escola, o "Pinheirinho" e a fazerem uma pequena peça de teatro natalícia, com formigas, aranhas e gafanhotos. Muito gira.
A última festa foi a do meu sobrinho, que é finalista (está na 4ª classe). O professor de educação musical deles é fantástico! Tem imenso jeito com os miúdos, e estes adoram-no! Muito bem ensaiados cantaram o hino nacional com uma extensão que desconhecia, o hino da escola, o "Pinheirinho", se não me engano, e outra canção que contou com a participação de todos na audiência quando os filhos apontavam para lá.
Cantaram, tocaram instrumentos em duas músicas clássicas adaptadas, e até cantaram como se fossem 2 grupos em resposta um ao outro mas com um terceiro grupo sempre a cantar no fundo. Um verdadeiro Coro Sto. Amaro de Oeiras... Em Lisboa!
Até aqui tudo muito bem. Tudo muito alegre. Toda a gente bem-disposta e a rir. Aliás, o próprio professor de educação musical fez questão de frisar que não era um espectáculo de Natal, mas sim uma festa de Natal. O pior foi quando veio a peça de Natal.
A história era sobre uma menina pobrezinha (claro!) que vendia fósforos na rua, na neve, para ter algum dinheiro para comer. Claro que aparecem sempre os ricos que não ligam, e ela acendia fósforos para se aquecer e via cenas de felicidade em outras casas.
Depois não percebi se morreu, com o frio, ou se simplesmente adormeceu, mas viu a avózinha que estava morta e a tapou com o seu xaile. Por fim passa uma senhora que vê a menina pobre e diz que vai tomar conta dela e que não lhe vai faltar nada. Isto tudo com um ar muito grave e com uma música do mais tétrico e triste que possam imaginar. Para completar este quadro de depressão, entram todos os outros que faltavam, a semi-luz. Quase mesmo às escuras. Fazem um semi círculo, e quando estão todos, há apenas uma fraca luz amarela sobre a menina pobre e a senhora que a acolheu, as duas com um ar muito triste, e todos os outros acendem uma lanterna por baixo da cara, dando aquele efeito que normalmente assusta as pessoas, tal qual Blair Witch Project.
As crianças limitaram-se a representaram como lhe disseram, mas a história era tão triste e deprimente que toda a gente saiu de lá quase a cortar os pulsos e sem saber quando aplaudir.
Por isso, gostaria apenas de lembrar: O Natal é uma festa. É a celebração do nascimento de Jesus. Carambas, é uma festa de anos, se assim quisermos ver. É tempo de partilhar (mais) amor e (mais) alegria! Não de nos chicotearmos. Para isso há a Páscoa!
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